sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Rasgos

Porque certas coisas chegam, invadem, tomam espaço e rasgam
Sangram, tomam forma e desaparecem
evaporam feito o suor da fronte
Que após o choque com um vento frio
Some no ar,
No contato com a atmosfera
Ninguém ao menos sabe que ele existiu
Fica apenas a lembrança daquilo que foi forte, quente, mas que sumiu

Certos dias são tristes
Frios
Gelados ao contraste do sol que brilha lá fora, mas que é incapaz de alegrar um coração perdido

Não falo apenas de amores
São coisas mais profundas

Queria ser apenas observadora desse intenso vulcão
Que penetra meu peito como lavas densas
Olho então pra tudo isso
E derreto junto...

Não posso querer soluções porque minha curiosidade de querer descobrir o mundo, as coisas da vida, do tempo, da existência já me mostrou que a resolução de alguma coisa é um caminho também tortuoso,
Simplesmente porque inexiste...

Queria apenas pousar meu corpo no mar
Flutuar com as ondas e apreciar o céu
Sentir que o sol toca o meu corpo
De verdade

O passo do instante
Atenta e dormente
Paradoxalmente
Imersa nesta massa borbulhante
Esperando passar

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